segunda-feira, 8 de julho de 2013

O peso e a leveza

Em suspensão,
a pairar no ar,
todo o sentir do mundo
que não sabe onde repousar.
Nossas contas de amores, nossas dores.
Nossas esperanças, medos e cansaços.
Tudo junto, um amontoado.
O peso de tudo que se guarda dentro do peito
a flutuar.
Porquanto de dois modos é a vida:
O peso e a leveza,
brincando na gangorra,
fingindo se equilibrar
dentro de nós.



terça-feira, 2 de julho de 2013

Vento lento

Fechado. Fechado. Fechado.
Eu queria quebrar as paredes, derrubar as muralhas,
soltar todas as amarras que colocastes em ti mesmo.
Queria entrar nesse teu mundo.
Fechado. Fechado. Fechado.
Tão teu, tão só teu.
Nesse mundo tão teu
eu queria ser céu, ser Sol,
pra trazer o dia.
Queria aberto, queria entregue, inteiro.
Queria que teu mundo tão teu fosse nosso.
Queria ter a nós em qualquer mundo.
Desse jeito assim, leve.
Vento lento que parece ler o que tem dentro da gente.
Mas ganhas do vento
Lento. Lento. Lento.
Não sente o tempo,
não o vê passar feito furacão,
arrancando casa do chão,
nos engolindo sem nem pensar em perdão,
sente não.
E eu fico aqui,
eu que sinto tanto tudo.
O tempo passando
e feito furacão me arrancando do chão.
Levando embora todas as certezas,
me deixando sem saber
se um dia ainda entro nesse teu mundo
Fechado. Fechado. Fechado.