terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Voz

Chega de leve.
Como o suave bater de asas
de pássaros que enfeitam o pôr do sol
trazendo o entardecer.
E livre,
me leva.
Parece paz.
Parece guardar um mundo inteiro:
Sagrado, intocado,
dentro do peito.

Leve.
Tão leve.
Revela e releva.
Parece voz.
Flutua.
Entra pelos ouvidos alheios
e faz morada no coração dos desavisados.

Voz sim, a tua.
Que por penetrar no mais fundo do meu ser
já me pertence.
Nossa voz,
sai de ti
e afunda em mim.
Se apossa, me toma por inteiro.
Me consome,
e me transforma.

Vivo voz.
Viro a voz.
Essa que sempre nua e crua
é tão minhatua,
tão cheia
de nós.





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