Ela tem essa mania esquisita de poetizar o fim. Não, na verdade
creio que ela poetiza o pós-fim. Depois que algo acaba ganha uma beleza
estarrecedora, perde os defeitos, vira puro encanto. Torna-se muito melhor do
que de fato foi, ou ainda é. Isso porque ela não costuma aceitar finais, ao
menos não os que não partem dela. Se partirem, quando ninguém olha ela dá um
sorriso aliviado e suspira um cruel “já foi tarde”, bem baixinho. É essa
necessidade, essa ânsia pelo controle de si e do outro que ainda a levarão à
loucura. Ela precisa sentir-se querida, ou tudo desanda. Gosta é do drama,
da dor que faz arte, que cria mundos. Se prende ao que faz mal, ao que machuca
tudo que mora no aperto do peito. Não é que goste de sofrer, só tem medo de
entregar-se à felicidade e vê-la despedaçar-se outra vez. Feito espelho que se
quebra em vários pedaços, deixando ao desastrado responsável anos e anos de
azar. Talvez seja só esse medo que se sobrepõe à coragem, paralisando,
fazendo-a deixar de viver, de si ser por inteiro. Logo ela que tem tanta
maravilha dentro de si, logo ela que brilha de tanta luz que carrega em seu ser.
Devia deixar ir o que já foi, mesmo que doa, mesmo que pareça que ainda pode
ser. O que era antes não devia ser sempre, ou simplesmente seria. E o que nos cerca
no hoje pode esconder muita coisa boa quando não se olha com carinho. Encantadoras
descobertas, novas idades, novos amores. Estão sempre à espreita, esperando que
o seu coração se deixe tocar de novo, que se abra, junto com seus lindos olhos
cor de mar. Permita-se (re)amar.
estamos sempre à espreita de se apaixonar por textos assim. parabens, hehe (:
ResponderExcluirpoxa,que coisa linda de se dizer,obrigadaa :)
Excluirque lindo. parece eu.
ResponderExcluiréé,tu me inspirou um pouquinho na verdade,escrevi pra mim e pra tu
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