terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Terra e ar


De riso à bela. Bela flor. Risobelaflor. Acho que é isso, eu queria me ver descrita em tuas palavras, fotografada pelas lentes sorridentes dos teus olhos cor de mel. Por inteiro. Sem máscaras, amarras ou qualquer limitação que deturpasse, maculasse a plenitude do toque, do cheiro, do meu tu e do teu eu. E eu tive, tive o que quis e mais, e pelo mais eu quis ainda mais, ousei querer que ficasse, permanente ente de mim. Mas não, não podes, és pássaro. Daqueles que voam rasgando o alaranjado do céu ao entardecer. Tua essência é grandiosa demais, livre demais, grita pelo mundo afora, tudo aflora. E eu, feito flor, fico sempre presa ao chão, com as raízes cada vez mais fundas e fortes na terra. Eu sou terra, tu és ar. Flor e pássaro, encontram-se no beijo do beija-flor, e é lindo, momento encantador. Mas é o tipo de encontro que não perdura. É sublime. Foi sublime. E só. Eu sou terra, tu és ar.  



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